terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tempos bicudos

Quando pensamos em mudança social e política esbarramos em uma estrutura de poder econômico, político e ideológico das classes empresariais dominantes que engessam qualquer mudancismo radical.


A falta de um consciência crítica por parte das classes subalternas, o reformismo da maioria dos partidos de esquerda que, ao invés de lutar por uma ruptura desse sistema capitalista, querem mais e mais cargos para participar dele, em nome de dar uma "feição humana" para o regime de exploração que vivemos.


O PT de ontem não é o mesmo de hoje. Os partidos comunistas não tem mais espaço para uma crítica substantiva. O PC do B é uma lembrança daquilo que um dia foi. O MR-8 virou PPL e defende um programa reformista aliado aos empresários brasileiros, além disso, não esqueçamos, era o "pessoal do Quércia - PMDB" nos anos 80/90.


Ainda temos o PCB, PSOL, PSTU e os isolados do PCO, mas não representem uma ameaça para a dominação burguesa, além das suas contradições internas e, em alguns casos, esquisitices ideológicas e radicalismos infantis.


E os outros partidos?


Fazem parte do hipócrita jogo eleitoral das democracias políticas desiguais. Alternam-se no poder, sendo alguns dos seus membros mais ou menos alinhados com os interesses populares.


A luta é muito difícil e o ser humano parece mais e mais massificado e "unidimensional", lembrando aqui de Herbert Marcuse.


O que nos resta então?


No meu caso, minha fé em Deus que um dia haverá "novos céus e nova terra", que o Seu Reino será implantado entre nós e todo o mal, toda a injustiça será esmagada. No mais, apoiemos todos os focos de resistência crítica à ordem sociometabólica do capital, somando-se a todos os movimentos de contestação que contribuam para uma reflexão crítica e para o acúmulo de forças das classes subalternas e oprimidas.


As massas populares, na sua maioria, parecem imersas em querer ter mais (consumismo doentio) e se alienar através de alguma droga lícita ou ilícita, incluindo alguns discursos religiosos conservadores e amilenaristas.


Seguir em frente, fazendo a crítica e contribuindo onde for possível. Tempos bicudos, como diziam os antigos.

2 comentários:

  1. Oi, Márcio. estamos em sintonia, sim.

    O que se deve analisar é um caso como o do PM no Pc do B. Creio que boa parte da explicação para os levantes de Praga e Hungria 56 está em situações como aquela: uma pessoa sem convicções entra cooptada por um partido que degenerou ou tem parte dele degenerada em projetos de classe média. Cooptado por economicismo, deparando-se com corrupção, o novo militante acaba por sair e se aliar furiosamente ao imperialismo e ao capital internacional (revista veja), causando assim estragos para toda a esquerda.

    Fora que a acusação dele não apresenta provas, mas promete-as (sabendo que, enquanto isso, a imprensa frita o ministro!)

    Abs!

    ResponderExcluir
  2. Não somente frita e fritou o ministro mas destrói o imaginário popular de que os comunistas são pessoas de bem, querem a transformação do mundo, etc. É uma contra-propaganda agressiva.

    ResponderExcluir